terça-feira, 26 de outubro de 2010

nowhere girl


Já entrando no clima do show do Paul, próximo mês em Sampa, assisti a um filme que retrata uma fase dramática, e desconhecida pra mim, na vida do ex-forever-beatle John Lennon. Bem antes de ser um mito e bem antes de saber o ele que queria da vida. 



O filme Nowhere Boy é de uma sensibilidade incrível, sem ser melodramático ou com sentimentalismos baratos. Um jovem John (interpretado por Aaron Johnson do filme Kick-ass) mora com sua tia Mimi (a sempre ótima Kristin Scott Thomas) e falta aulas, responde o que bem entende aos professores com tom sarcástico e prepotência. O professor diz que ele não iria a lugar nenhum na vida e ele responde se em NOWHERE existem muitos gênios (o que me fez lembrar uma entrevista bem perturbadora que eu li dele no livro da Rolling Stones, onde ele continuava afirmando que era um gênio).


Após encontrar sua mãe no funeral de seu tio, ele a procura e começam a se conhecer. Ela o influencia na música, ensinando-o a tocar banjo. Elvis é uma outra grande influência, o filme retrata isso com primor. Enfim, o desenrolar da vida de John vai acontecendo bem diante dos nossos olhos, com o surgimento dos Beatles como pano de fundo. O motivo pelo qual ele não mora com os seus pais é um mistério até o final do filme. Essa é uma pequena sinopse do filme, que muito recomendo.

 

O John do final do filme é outro, mais vulnerável, raivoso e doce ao mesmo tempo. A cena em que ele dá um murro no Paul (o meu favorito) e logo pede desculpas é de fazer chorar. 




Outra cena memorável é quando McCartney e Lennon se encontram pela primeira vez. Paul, apesar de ser mais jovem, era melhor músico que todos os outros da banda de John. Existiu uma certa tensão entre os dois e também admiração. O sempre comportado e amável Paul. Tão jovem e tão centrado.  




O que me fez refletir nesse filme é como todo mundo tem mágoas e dores e todos lidam de formas diferentes, cada um do seu jeito. Talvez essas mágoas fiquem encravadas em você pelo resto dos seus dias. Apesar de alguns falarem que o John usou suas dores e traumas como desculpas esfarrapadas por toda sua vida, eu o entendo. É difícil esquecer e existe tempo para tudo.




"Don’t do what I have done
I couldn’t walk and I tried to run"

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